quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Passos para a construção do projeto de pesquisa

Principais elementos do projeto de pesquisa[1]

Todo trabalho científico parte da elaboração de um projeto de pesquisa. O Projeto é uma das etapas componentes do processo de elaboração, execução e apresentação da pesquisa. Tem como prioridade demonstrar as atividades indispensáveis para o desenrolar da pesquisa, esclarecendo para o próprio pesquisador os rumos do estudo (o que pesquisar, como pesquisar, para que ou para quem pesquisar, quando e onde pesquisar). Além disso, um pesquisador precisa comunicar seus propósitos de pesquisa para que seja aceito na comunidade científica e para obter financiamento. Esse “meio de comunicação” reconhecido no mundo científico é o projeto de pesquisa. Os projetos são, obviamente, submetidos à leitura e apreciação de terceiros; como cada instituição financiadora tem um formato de projeto, a elaboração específica de apresentação do projeto pode variar.
Operacionalmente, na primeira página ou na folha de rosto, indica-se a entidade destinatária do projeto, o nome do projeto, o autor ou autores, o local e ano.
Os demais itens indispensáveis do projeto de pesquisa são:
l tema;
l problema;
l justificativa;
l hipótese ou questões norteadoras;
l objetivos;
l referencial teórico (marco ou base teórica);
l metodologia;
l cronograma de execução;
l orçamento;
l fonte financiadora;
l referências.


2 Tema

O Tema é a primeira etapa de elaboração de um projeto de pesquisa. Trata-se da definição do assunto que se quer estudar e investigar. O tema pode ser escolhido pelo aluno, no qual tenha maior interesse para enriquecimento do saber, obedecendo aos critérios de relevância, viabilidade e originalidade (no caso de doutorado). Neste sentido, o tema é amplo e consiste no assunto geral sobre a sua pesquisa.
O tema da pesquisa é definido quando se responde à pergunta: qual o assunto a ser explorado? A escolha do tema de pesquisa tem caráter pessoal, amplo, aberto às preocupações e indagações do pesquisador. Envolve um conjunto de juízos de valores dentro do campo que se pretende pesquisar.

A escolha de um tema de pesquisa nunca se dá no vazio, ela é sempre influenciada pelos fatores internos correspondentes ao próprio investigador (curio­sidade, imaginação, experiência, filosofia) e por fatores externos à realidade circun­dante ou ainda à instituição que o pesquisador se filie (BARROS; LEHFELD, 1986, p. 100).

A escolha do tema a ser investigado deve ser feita com base em estudos preliminares, fundamentados nas informações bibliográficas pertinentes, nas inquietações do pesquisador sobre os problemas referentes ao assunto, nas conversas com outros pesquisadores sobre o estudo que se pretende realizar.
Bastos e Keller (2000) defendem a pesquisa bibliográfica como preliminar às pesquisas de campo ou às de laboratório.
Por exemplo: se seus alunos são indisciplinados e você não sabe por que isso acontece, o primeiro passo, antes de qualquer pesquisa in loco, é a elaboração de um projeto para pesquisar, aprofundar-se teoricamente sobre o assunto. Neste caso, o tema a ser pesquisado é: INDISCIPLINA NA ESCOLA.
Posteriormente, diante de um novo olhar, agora com mais cientificidade, você pode realizar uma nova pesquisa, com um tema mais específico: A INDISCIPLINA EM SALA DE AULA DOS ALUNOS DA 3ª SÉRIE DA ESCOLA ESTADUAL LEONILLA MARINHO, NA CIDADE DE MANAUS/AM.

3 Problema

Entende-se como um problema a questão que ainda não foi solucionada, objeto de muita discussão e de estudo. É oriundo da observação dos fatos no contexto de uma realidade.
A problematização é aquilo que um pesquisador visualiza em sua amplitude numa determinada realidade, ou seja, não tem um problema específico, mas inúmeros objetos a pesquisar. Para se chegar ao problema é recomendável ao educador ter bastante claro qual o tema que irá pesquisar. Daí surge a formulação de perguntas ao tema.
Um problema aparece em decorrência de um aprofundamento do tema que é sempre individualizado e específico. Responde à pergunta: o que se quer investigar?
Diante disso, pode-se destacar as seguintes CARACTERÍSTICAS:
1.Deve ser sempre formulado como pergunta. Por exemplo: Qual a concepção dos alunos do curso do magistério sobre o estágio curricular? Quais os fatores que dificultam a aplicação do estágio?
2.Deve ser claro e preciso;
3.Deve ser bem delimitado. Um problema amplo e sem delimitação dificulta a sua investigação. Por exemplo: o que pensa a sociedade sobre a evasão escolar?
4.Deve ser exeqüível à competência do pesquisador. Por exemplo: um assunto complexo requer conhecimento e capacidades mentais de um pesquisador experiente e não de um pesquisador principiante;
5.Deve ser coerente quanto à disponibilidade de recursos. Por exemplo: uma pesquisa que requer os recursos de uma universidade, não poderá ser feita com os parcos recursos financeiros de um estudante.
Segundo Rúdio (2001, p.95-96), para a escolha de um problema de forma objetiva, deve-se responder às seguintes indagações:
a) este problema pode realmente ser resolvido pelo processo de pesquisa científica?
b) o problema é suficientemente relevante a ponto de justificar que a pesquisa seja feita ( se não é tão relevante, existe com certeza, outros problemas mais importantes que estão esperando pesquisas para serem resolvidos)?
c) trata-se realmente de um problema original?
d) a pesquisa é factível?
e) ainda que seja “bom” o problema é adequado para mim?
f) pode se chegar a uma conclusão valiosa?
g) tenho condições para planejar e executar um estudo desse tipo?
h) os dados que a pesquisa exige, podem realmente ser obtidos?
i) há recursos financeiros disponíveis para a realização da pesquisa?
j) terei tempo de terminar o projeto?
k) serei persistente?

3.1 Delimitação e
formulação do problema

Para que o pesquisador delimite e formule o problema com clareza necessária, é indispensável que o pesquisador se apóie na sua prática cotidiana e nas vivências dos problemas decorrentes do seu desempenho profissional.
É importante salientar certa diferença entre delimitação e formulação do problema.
a) delimitação do problema significa um encaminhamento com maior clareza da teoria que alimenta o esforço do pesquisador. A delimitação pode ser feita pelo pesquisador com pouco ou nenhum contato com o meio que interessa investigar, mas para isso é indispensável ter clareza metodológica e experiência no campo de pesquisa. Delimita-se na medida em que o investigador determina o problema e as pessoas no estudo em diferentes níveis de participação das mesmas;
b) formulação de um problema consiste em expor de maneira objetiva, compreensível e operacional, a dificuldade que o pesquisador pretende resolver, explicitando o seu campo e apresentando suas características.
A delimitação do problema é bem mais específica que a formulação. Uma boa formulação do problema requer a devida articulação com os enfoques teóricos. Seja qual for o ponto de vista teórico que oriente o trabalho do pesquisador algumas obrigações são elementares: a precisão e a clareza são essenciais para a exatidão dos estudos.

4 Justificativa

A justificativa de um projeto é a defesa de sua exeqüibilidade. Nela se expõe de forma convincente a relevância da pesquisa. Através dela o pesquisador irá demonstrar o porquê de estar estudando o assunto.
Sua redação não deve ser extensa procurando necessariamente, apontar, segundo Monteiro (1998, p.32) a existência de uma “[...] lacuna na chamada construção do saber, que pode ser preenchida com o projeto a ser desenvolvido”.
Recomenda ainda que: “o importante é que a linguagem seja clara e objetiva e que as informações se complementem e dêem unidade ao texto que se está apresentando” (MONTEIRO, 1998, p. 33).
A justificativa se faz importante à medida que mostra as razões da preferência pelo assunto escolhido e sua importância face a outros temas.
Para Gil (1991, p.145) uma pesquisa de natureza científica ou acadêmica, deve indicar em sua justificativa os seguintes dados:

O estágio de desenvolvimento dos conhecimentos referentes ao tema;
As contribuições que a pesquisa pode trazer com vistas a proporcionar respostas aos problemas propostos ou ampliar as formulações teóricas a esse respeito;
A relevância social do problema a ser investigado;
A possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo tema.

Diz ainda que:

No caso de pesquisas de natureza prática, a justificativa deve considerar os objetivos da instituição e os benefícios que os resultados da pesquisa poderão proporcionar. Os cuidados com a elaboração da justificativa devem ser redobrados no caso de pesquisas para as quais se solicita algum tipo de financiamento, já que a entidade financiadora necessita de boas razões para justificar o investimento (GIL, 1991, p. 145).

4.1 Operacionalizando a justificativa

A elaboração de uma justificativa não é tarefa tão fácil como se imagina. Faz-se necessário que o pesquisador tenha um certo conhecimento preliminar acerca do tema que norteia o objeto a ser investigado, para demonstrar a relevância do projeto de pesquisa. Neste sentido, é importante responder às seguintes indagações: Qual a importância do tema escolhido? Qual a sua relevância para as pessoas envolvidas? Qual a sua provável contribuição para a área de estudo em questão e para as áreas afins? E a sua contribuição social? Tudo isso é primordial para que o seu projeto consiga respeitabilidade científica diante da pesquisa que será realizada.
Bagno (2001, p.29) expõe sua experiência:

A justificativa é a defesa que você faz de seu projeto. Nela você apresenta argumentos que convençam as pessoas de que aquele trabalho é digno de interesse e de... financiamento! Os órgãos que dão verbas para a realização de pesquisas querem saber minuciosamente por que aquele projeto merece investimento. Já me aconteceu de preparar um projeto lindíssimo e receber de volta um parecer com as palavras: justificativa insuficiente. Caprichei no título, detalhei os objetivos, mas não fui convincente o bastante na justificativa.

A diferença da justificativa para fundamentação teórica é que na redação da primeira não existem citações ou explicações no plano teórico sobre o assunto. Há a necessidade da capacidade de convencimento do pesquisador sobre a importância do seu trabalho. Acerca disso, Marconi e Lakatos (2000, p. 219) afirmam:

A justificativa difere da revisão da bibliografia e, por este motivo, não apresenta citações de outros autores. Difere, também, da teoria de base, que vai servir de elemento unificador entre o concreto da pesquisa e o conhecimento teórico da ciência na qual se insere. Portanto, quando se trata de analisar as razões de ordem teórica ou se referir ao estágio de desenvolvimento da teoria, não se pretende explicitar o referencial teórico que se irá adotar, mas apenas ressaltar a importância da pesquisa no campo da teoria.

5 Hipótese ou questões norteadoras

Antes de se iniciar o assunto em questão, seria necessário uma interpretação acerca da palavra HIPÓTESE. Para Triviños (1987, p.105): “A hipótese envolve uma possível verdade, um resultado provável. É uma verdade pré-estabelecida, intuída, com o apoio de uma teoria”. Uma hipótese é a provável solução do problema identificado. É em função da hipótese ou hipóteses estabelecidas, que se estrutura todo o caminho a ser percorrido pelo pesquisador. Ou seja, é uma suposição possível acerca do porquê do problema, na tentativa de uma explicação preliminar do mesmo, que necessitará de uma comprovação na pesquisa. Neste sentido, a hipótese pode ser uma suposição tanto negativa quanto positiva.

5.1 Importância das hipóteses

Segundo Kerlinger apud Marconi e Lakatos (2000), os fatores que demonstram a importância das hipóteses são:
a) as hipóteses são “instrumentos de trabalho” da teoria, pois novas hipóteses podem dela ser deduzidas;
b) podem ser testadas e julgadas como provavelmente verdadeiras ou falsas;
c) constituem instrumentos poderosos para o avanço da ciência, pois sua comprovação requer que se tornem independentes dos valores e opiniões dos indivíduos;
d) dirigem a investigação, indicando ao investigador o que procurar ou pesquisar;
e) pelo fato de serem comumente formulações relacionais gerais, permitem ao pesquisador deduzir manifestações empíricas específicas, com elas correlacionadas;
f) desenvolvem o conhecimento científico, auxiliando o investigador a confirmar (ou não) sua teoria,
g) incorporam a teoria (ou parte dela) em forma testável ou quase testável.

5.2 Função das hipóteses

Conforme Jolivert apud Marconi e Lakatos (2000), a função das hipóteses é:

a) dirigir o trabalho do cientista, constituindo-se em princípio de invenção e progresso, à medida que ajuda de fato a imaginar os meios a aplicar e na utilização dos métodos no prosseguimento da pesquisa e na tentativa de se chegar à certeza;
b) coordenar os fatos já conhecidos, ordenando os materiais acumulados pela observação.


6 Objetivos: Lógica e Formulação

É um dos tópicos mais importantes de um projeto de pesquisa. Pois é a resposta às pretensões do pesquisador com a pesquisa. Corresponde a pergunta “para quê” ou seja, para que pesquisar a temática escolhida?
A lógica para a formulação dos objetivos de pesquisa deve ser coerente com o tema e o problema do projeto de pesquisa. Comumente os iniciantes na pesquisa confundem os objetivos de caráter investigativo com objetivos didáticos, de planos de ensino. Quanto à formula­ção, essencialmente, os objetivos devem ser elaborados com verbos no infinitivo, podendo ser organizados em duas partes: objetivo geral e específico.

Os objetivos ao serem formulados devem ser capazes de serem atingidos.
Não podemos esquecer que os objetivos devem vir sempre no infinitivo.

a) Objetivo Geral

O projeto de pesquisa científica deve ter verbos que indiquem a “ação intelectual”, cujo produto final possa ser verificado. Neste sentido, o objetivo geral exige uma articulação com os objetivos específicos. De preferência, elabora-se um objetivo geral mais abrangente que possa ter sustentação nos objetivos específicos.
Compreender, analisar, avaliar, conhecer, investigar, desenvolver são exemplos de verbos que podem caracterizar o objetivo geral.
Exemplo - Analisar a evasão escolar nas escolas municipais de Manaus-Am.

b) Objetivos Específicos

As ações intelectuais já elaboradas devem ser divididas em partes possíveis para resolvê-las. Assim, uma ação expressa em objetivo geral será transformada em vários objetivos específicos que forem necessários para o estudo e a solução satisfatória do objetivo geral.
Conforme Santos (2001), sugere-se a montagem de objetivos específicos em quatro momentos:
1.Levantamento dos aspectos componentes importantes do problema;
2.Transformação de cada um dos aspectos escolhidos em um objetivo;
3.Verificação da suficiência dos objetivos específicos propostos;
4.Decisão quanto à melhor seqüência lógica.

Identificar, selecionar, classificar, sistematizar, comparar, relacionar são exemplos de verbos que podem caracterizar os objetivos específicos.
Exemplo:
-Selecionar as escolas municipais de Manaus-Am com maior índice de evasão escolar;
-Identificar os fatores da evasão escolar nas escolas municipais de Manaus-Am;
-Sistematizar as conseqüências da evasão escolar para os alunos evadidos.

7 Referencial Teórico (marco ou base teórica)

Todo projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador fundamentará sua interpretação. Um bom marco teórico não é aquele que contém muitas páginas e sim o que trata com profundidade os aspectos relacionados com o problema, e vincula com lógica e coerentemente conceitos e proposição existente em estudos anteriores.

Neste sentido, Minayo (1993, p.18) assim estabelece:
“A teoria é construída para explicar ou compreender um fenômeno, um processo ou um conjunto de fenômenos e processos. [...] Nenhuma teoria, por mais bem elaborada que seja, dá conta de explicar todos os fenômenos e processos. [...] Teorias, portanto, são explicações parciais da realidade”.

Uma vez estabelecido o problema, as hipóteses, a justificativa e os objetivos, o passo seguinte consiste em sustentar teoricamente o estudo, etapa que alguns autores denominam de marco ou base teórica. Isso implica analisar e expor as teorias, os enfoques teóricos, as pesquisas e os antecedentes em geral que se considerem válidos para o correto enfoque do estudo.

7.1 Funções do marco teórico

O marco teórico cumpre diversas funções dentro de uma pesquisa, entre as quais destacam-se as seguintes:
a)ajuda a prevenir erros que já tenham sido cometidos em outros estudos;
b)amplia o horizonte do estudo e guia o pesquisador para que se centre em seu problema;
c) inspira novas linhas e áreas de pesquisa.

7.2 Etapas da elaboração
do marco teórico

A elaboração do marco teórico compreende duas etapas principais:
a) a pesquisa da literatura correspondente;
b) a adoção de uma teoria com o desenvolvimento por uma perspectiva teórica.
Dessa forma, há alguns cuidados que devem ser levados em consideração na elaboração do marco teórico:
a) não oferecer referências falsas;
b) não inventar referências bibliográficas;
c) fazer menção somente àqueles livros que você realmente utilizou para pesquisar;
d) não atribuir a um autor uma idéia que pertence a outro;
e) observar o caráter histórico de contextualização da obra consultada;
f) usar sempre as informações das edições mais recentes:

8 Metodologia

8.1 Conceito

A Metodologia como parte integrante de um projeto de pesquisa se configura nos passos por onde o pesquisador deve caminhar para orientar a condução da investigação científica. Nesta compreensão, Thiollent (2000, p.25) afirma: “a metodologia lida com a avaliação de técnicas de pesquisa e com a geração ou a experimentação de novos métodos que remetem aos modos efetivos de captar e processar informações e resolver diversas categorias de problemas teóricos e práticas da investigação”.
A Metodologia, no projeto de pesquisa, nas ciências sociais, em que se insere a edu­cação, deve ter um caráter qualitativo referente às abordagens metodológicas. Esse caráter deve ser resultante da corrente filosófica episte­mológica que fundamenta a pesquisa.
Neste sentido, devem-se quebrar as barreiras da quantificação ou qualificação da pesquisa, vistas simploriamente sem uma conexão com o todo maior da pesquisa, pois o grande pressuposto da abordagem qualitativa está em ver o mundo e o homem de forma dinâmica, complexa, viva, em movimento com a concreticidade e a subjetividade que a eles pertencem.
Isso significa, por exemplo, que determinadas pesquisas necessitam da coleta de dados quantitativos, principalmente na fase exploratória, mas o tratamento de análise desses dados é realizado de forma qualitativa. O importante é o procedimento teórico-epistemológico (gnosiológico) que fundamenta a pesquisa, com a visão ontológica que o pesquisador se propõe a investigar.
Tais perspectivas são exploradas por Santos e Gamboa (2000, p.88-89):

As alternativas devem ser colocadas no nível das grandes tendências episte­mológicas que fundamentam não somente as técnicas, os métodos e as teorias, mas também a articulação desses níveis entre si e desses níveis com seus pressupostos epistemológicos [...] Quando recuperamos o todo maior (neste caso, o enfoque epistemológico), remetemos a opção e a discussão sobre as alternativas da pesquisa não à escolha de algumas técnicas ou métodos, mas aos enfoques epistemológicos que, como um todo maior, articulam outros elementos constitutivos por meio da construção de uma lógica interna (a própria lógica da pesquisa) necessária para preservar o rigor e o significado do processo científico.

Principais Métodos
Técnicas das Ciências Sociais

1. Método Indutivo, cuja corrente filosófica é o empirismo, sendo fortemente utilizado pelo positivismo;
2. Método Hipotético-dedutivo, cuja corrente filosófica é o neopositivismo;
3. Método Fenomenológico, ou abordagem fenomenológica, cuja corrente filosófica é a fenomenologia;
4 Método Dialético, cuja corrente filosófica é o materialismo dialético.

Observação Direta Intensiva

Compreende nas técnicas de observação e entrevista. A observação, conforme Marconi e Lakatos (2000) pode ser classificada da seguinte forma:
a) Quanto aos meios: assistemática e sistemática.
b) Quanto a participação do observador: não participante e participante.
c) Quanto ao número de observações: individual e em equipe.
d) Quanto ao lugar: na vida real (campo) e em laboratório.

Assistemática – Também conhecida como observação não estruturada, caracteriza-se pela observação a ser realizada no decorrer do cotidiano, de forma livre. Cabe ao observador estar atento aos fenômenos para serem devidamente anotado para posterior análise.

Sistemática – Conhecida também como estruturada, controlada, planejada. Nela, o pesquisador se instrumentaliza objetivamente para colher da realidade aquilo que lhe interessa, que compõe tanto o seu objeto quanto os objetivos a serem alcançados na pesquisa, através de quadros, anotações, escalas etc.
Na observação sistemática ou estru­turada (observação direta), a coleta e registro de eventos observados são previamente definidos. Observador, munido de uma listagem de comportamento, registra a ocorrência destes comportamentos em um determinado período de tempo, classificando-os em categorias ou caracterizando-os por meios de sinais.
O registro dos dados pode ocorrer no ato, observando-se diretamente, no momento em que ocorrem. Deste modo, pode-se observar os eventos no contexto em que se dão e observar a relação com outros atos e as circunstâncias que influenciaram sua ocorrência, e permitir uma análise mais compreensiva dos dados. Pode-se também filmar (observação indireta) os acontecimentos e extrair os dados de filmes e vídeos.

Não participante – O pesquisador mesmo em contato com a realidade investigada, não pode integrar-se a ela. Observa o fato ou fenômeno, porém não participa do mesmo. Também é conhecida como observação passiva.

Participante – Nesta técnica, o pesquisador integra-se à realidade investigada, seja porque ele já pertence a esta (observação participante natural) ou quando estranho no grupo, a ser investigado, integra-se a este com o objetivo de colher suas informações (observação participante artificial).

Individual – Ocorre quando somente um pesquisador observa o fenômeno a ser estudado.

Em equipe – Quando existe um grupo de pesquisadores para investigar o fenômeno social, sob diversos aspectos, ou ainda sob um único aspecto, havendo a correção entre os pesquisadores das distorções na observação realizada.

Na vida real – A observação é feita no próprio ambiente da realidade social, onde os dados são registrados conforme a realidade for se manifestando.

Em laboratório – A observação da realidade investigada é feita em condições de controle, através de instrumentos previamente organizados pelo pesquisador.

Já a entrevista pode ser:
Padronizada ou estruturada – quando o entrevistador segue um roteiro previamente elaborado, sem liberdade de adaptação das perguntas ora construídas. As informações colhidas sobre fatos e opiniões devem constituir-se em indicadores de variáveis que se pretende explicar. É, pois um diálogo preparado com objetivos definidos e uma estratégia de trabalho.
Alguns riscos de erros podem ser minimizados com a explicação prévia dos objetivos e fins que se almeja com a entrevista, com a escolha do local e horário convenientes ao entrevistado e com a criação de um clima de colaboração e confiança.

Despadronizada ou não estruturada – quando o entrevistador, através de perguntas abertas, pode criar no contexto da entrevista, através de uma conversa informal. O entrevistador pode usar um roteiro-base (entrevista focalizada), ou perguntas específicas (entrevista clínica), ou ainda este pode expressar-se livremente no decorrer da entrevista, incentivando o entrevistado a responder sobre os assuntos pertinentes à entrevista (entrevista não dirigida).
Para uma coleta plena das informações, o entrevistador deve manter-se na escuta ativa e com a atenção receptiva a todas as informações prestadas, quaisquer que sejam elas, intervindo com discretas interrogações de conteúdo ou com sugestões que estimulem a expressão mais circunstanciada de questões que interessem à pesquisa.
A entrevista não-diretiva tem vantagens e limites que devem ser ponderados pelo pesquisador antes de definir-se pelo seu uso.

Painel – “Consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As perguntas devem ser formuladas de maneira diversa, para que o entrevistado não distorça as respostas com essas repetições” (MARCONI; LAKATOS, 2002, p.94).

Observação Direta Extensiva
É realizada através de dois meios: o questionário e o formulário. O primeiro é uma interlocução planejada, constituído por um conjunto de perguntas pré-elaboradas, ordenadas e pré-testadas, seqüencialmente dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, com o objetivo de suscitar as respostas dos informantes, sendo desnecessária a presença do pesquisador na produção dessas respostas.
Os questionários são, em geral, testados: respondidos por alguns presumíveis informantes, para se identificar problemas de linguagem, de estrutura lógica ou das demais circunstâncias que podem prejudicar o instrumento. Somente após esse procedimento é que o mesmo pode ser aplicado à população investigada.
Uma carta de esclarecimento da pesquisa deve acompanhar o questionário para incentivar a devolução do mesmo. Em geral, são devolvidos cerca de 25% dos questionários aplicados.
As vantagens e desvantagens do questio­nário são apresentadas por Marconi e Lakatos (2002) da seguinte forma:

Vantagens do questionário
1. Economia de tempo, viagens ao campo de pesquisa e pessoal para aplicação do questionário;
2. Obtenção de grande número de dados e pessoas simultaneamente, com respostas mais rápidas e precisas;
3. Abrangência de uma grande área geográfica;
4. Maior liberdade e segurança nas respostas, devido ao anonimato do pesquisado, que possui maior tempo e conforto em responder ao questionário;
5. Menor risco de distorção pela não influência do pesquisador;
6. Uniformidade na avaliação;
7. Obtenção de respostas que materialmente seriam inacessíveis.

Desvantagens do questionário
1. Não abrange uma população analfabeta;
2. Percentagem pequena de retorno, muitas vezes tardio;
3. Muitas perguntas não são respondidas;
4. O pesquisador não pode tirar dúvidas quanto às perguntas não compreendidas;
5. A dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva à uniformidade aparente;
6. Na leitura das questões, pode haver influência entre elas;
7. Nem sempre quem recebe o questionário é quem o responde;
8. Falta de controle na situação de resposta do pesquisado;
9. Exige um universo mais homogêneo.

Quanto ao formulário há as seguintes considerações a se tecer, conforme Marconi e Lakatos (2002):

Enquanto no questionário, o pesquisador não participa do momento de resposta às questões formuladas para o pesquisado, no formulário o pesquisador, face-a-face com o pesquisado, realiza os questionamentos e os preenche com os dados e as respostas fornecidas oralmente pelo pesquisado.

Vantagens do formulário.
1. Utilizado em toda e qualquer população, inclusive a analfabetos;
2. A presença do pesquisador pode esclarecer sobre a pesquisa e incompreensões do pesquisado;
3. Flexibilidade de adaptação quanto às perguntas que podem ser reformulados de acordo com a realidade;
4. Obtenção de dados mais complexos e úteis;
5. Facilidade de aquisição representativa de informantes;
6. Uniformidade de símbolos utilizados.

Desvantagens do formulário
1. A presença do pesquisador pode proporcionar menos liberdade nas respostas, risco de distorção e insegurança nas respostas (pela ausência do anonimato).
2. Mais demorado, pois é aplicado a uma pessoa por vez, que pode inclusive se encontrar em locais distantes.
3. Menor prazo para responder aos questionamentos, prejudicando o pensamento do pesquisado, podendo inclusive haver invalidação das respostas.

Testes
“São instrumentos utilizados com a finalidade de obter dados que permitam medir o rendimento, a competência, a capacidade ou a conduta dos indivíduos, em forma quantitativa.” (MARCONI; LAKATOS, 2002, p.125).

Análise de Conteúdo

Trata-se da análise metodológica de informações em documentos ou qualquer outro tipo de comunicação que foi documentada. A técnica se aplica à análise de textos escritos ou de qualquer comunicação (oral, visual, gestual) reduzida a um texto ou documento, permitindo que os conteúdos descritivos sejam sintetizados.
O objetivo da análise de conteúdo é compreender criticamente o sentido das comunicações, seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas. Ou seja, o conteúdo deve ser analisado de forma crítica e o pesquisador deve avaliar tanto as mensagens explícitas como as implícitas dos textos, aprofundando o conhecimento acerca do objeto a ser investigado.

História de Vida
Introduzida pela Escola de Chicago (1920), tem sua relevância em coletar informações de vida de um ou mais informantes. Tais informações podem ser obtidas através de documentos (memórias, crônicas, relatos biográficos) ou pelas percepções do próprio pesquisador sobre a sua vida (autobiográfica).
Na forma autobiográfica o autor relata suas percepções pessoais, os sentimentos íntimos que marcaram a sua experiência ou os acontecimentos vividos no contexto da sua trajetória de vida. Outra forma dos relatos de vida é a psicobiografia, onde o autor se situa no interior de uma trama de acontecimentos aos quais atribui uma significação pessoal e diante dos quais assume uma posição particular. A psicobiografia reúne informações tanto sobre fatos quanto sobre o significado de acontecimentos vividos que forjaram os comportamentos, a compreensão da vida e do mundo da pessoa.
O objeto a ser investigado pode ou não ser um informante, pois através da história de vida, verifica-se, sobretudo, aspectos relevantes da realidade social, o contexto da vida do informante, onde ele assume o papel principal (psicobiografia). As afirmações ou relatos podem ser uma ponte para a explicação de um dado fenômeno social.
Após a explicação dos principais métodos de abordagem, de procedimentos e das técnicas de pesquisa, já se pode relacionar os PASSOS PRINCIPAIS na construção redacional, da primeira parte da metodologia, num projeto de pesquisa.

1. Abordar o enfoque filosófico e epistemológico que embasa a pesquisa, definindo o método de abordagem diante do problema a ser investigado;
2. Apresentar os procedimentos metodológicos que vão dar conta da pesquisa, diante da abordagem ora definida;
3. Expor as técnicas de pesquisa que serão desenvolvidas no decorrer da práxis investigatória, diante dos dados a serem coletados.

Todos esses três passos deverão ser explicados e inter-relacionados na metodologia, devendo haver uma coerência interna com os demais itens do projeto. Em seguida, o pesquisador estabelece a população e a amostra a ser delimitada na metodologia.

Formas de coleta de dados

Esta parte da apostila trata da coleta de dados inter-relacionada com determinados métodos procedimentais e técnicas de pesquisa, que podem ser utilizados para que a coleta seja definida na metodologia.

Coleta de Dados Quantitativos
“A coleta de dados é a etapa da pesquisa que exige uma grande quantidade de tempo e trabalho para se reunir as informações indispensáveis à comprovação da hipótese. Pressupõe a organização criteriosa da técnica e a confecção de instrumentos adequados de registro e leitura dos dados colhidos em campo” (CHIZZOTTI, 2001, p.51).

Continuando o autor, observa que a definição da técnica e a utilização do instrumento mais adequado à pesquisa não são arbitrárias. Estão conexas com as hipóteses que se quer comprovar, com os pressupostos que são assumidos e com a análise que se fará do material coletado. As técnicas e os instrumentos decorrem pois, de decisões que são tomadas no início da pesquisa, com a formulação do problema a ser investigado.

Coleta de Dados Qualitativos
No que concerne a coleta de dados no âmbito da pesquisa qualitativa, recorremos novamente a Chizzotti (2001, p. 89):

No âmbito da pesquisa qualitativa os dados são coletados interativamente, num processo de idas e voltas, nas diversas etapas da pesquisa e na interação com seus sujeitos.
São inúmeros os instrumentos de coleta de dados, entre eles temos: a) a observação participante; b) a entrevista não diretiva; c) a história de vida; d) pesquisa-ação e pesquisa-intervenção; estudo de caso.
Os dados qualitativos deverão ser validados segundo alguns critérios: fiabilidade (independência das análises meramente ideológicas do autor), credibilidade (garantia de qualidade relacionada à exatidão e quantidade das observações efetuadas), constância interna (independência dos dados em relação a aciden­talidade, ocasionalidade etc.) e transferibilidade (possibilidade de estender as conclusões a outros contextos.

Análise de conteúdo
A análise de conteúdo é um método de tratamento e análise de informações, colhidas por meio de técnicas de coleta de dados, consubstanciadas em um documento. A técnica se aplica à análise de textos escritos ou de qualquer comunicação (oral, visual, gestual) reduzida a um texto ou documento.
O objetivo da análise de conteúdo é compreender criticamente o sentido das comunicações, seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas.

Pesquisa-ação e pesquisa-intervenção
A pesquisa-ação se propõe a uma ação deliberada visando uma mudança no mundo real, comprometida com um campo restrito, englobado em um projeto mais geral e submetendo-se a uma disciplina para alcançar os efeitos do conhecimento.
A tendência das pesquisas ativas procura ultrapassar a pesquisa-ação para assumir uma intervenção psicossociológica no nível da terapia de grupo ou no âmbito da mudança organizacional de empresa ou de departamentos.


Estudo de caso
O estudo de caso é uma caracterização abrangente para designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso particular ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência.

O desenvolvimento do estudo de caso supõe 3 fases:
a) a seleção e delimitação do caso
A delimitação deve precisar os aspectos e os limites do trabalho a fim de reunir informações sobre um campo específico e fazer análise sobre objetos definidos a partir dos quais se possa compreender uma determinada situação. Quando se toma um conjunto de casos, o conjunto deles deve cobrir uma escala de variáveis que explicite diferentes aspectos do problema.

b) o trabalho de campo
As informações são documentadas, abrangendo qualquer tipo e informação disponível, escrita, oral, gravada, filmada que se preste para fundamentar o relatório do caso que será, por sua vez, objeto de análise crítica pelos informantes ou por qualquer interessado.

c) a organização e redação do relatório
O relatório poderá ter um estilo narrativo, descritivo, analítico, ser ilustrado ou não, filmado fotografado ou representado. Seu objetivo é apresentar os múltiplos aspectos que envolvem um problema, mostrar sua relevância, situa-lo no contexto em que acontece e indicar as possibilidades de ação para modificá-lo.

Etapas da Pesquisa Qualitativa
A pesquisa qualitativa objetiva, em geral, provocar o esclarecimento de uma situação para uma tomada de consciência pelos próprios pesquisados dos seus problemas e das condições que os geram, a fim de elaborar os meios e estratégias de resolvê-los.
O processo da pesquisa qualitativa não obedece a um padrão paradigmático. Hä diferentes possibilidades de programar a execução da pesquisa. Vale muito o trabalho criativo do pesquisador e dos pesquisados.
Pode-se estabelecer algumas etapas de trabalho para se chegar à descoberta das questões prioritárias e à ação mais eficaz para transformar a realidade. Algumas pesquisas descritivas se limitam a revelar os problemas, as avaliativas descrevem os problemas e trabalham os encaminhamentos necessários e as interventivas objetivam organizar uma mudança deliberada nas situações indesejadas.


1ª. Fase: a determinação da pesquisa
Antes de se iniciar qualquer pesquisa, é necessária uma preparação em que se preveja as negociações prévias, o pessoal, os objetivos que se tem em vista, a área de abrangência e o conjunto de estratégias para se identificar os problemas ou necessidades prioritárias.

2ª. Fase: a definição da pesquisa
- elaboração das hipóteses explicativas dos problemas identificados;
- definição do campo e do pessoal necessário;
- coleta dos dados;
- análise e síntese dos dados coletados;
- formulação sintética dos principais problemas identificados;
- discussão e análise dos problemas com os envolvidos

3ª.Fase: estratégia de ação
- traçar com os envolvidos uma estratégia de ação que responda aos problemas encontrados;
- elaborar os dispositivos e técnicas de discussão da estratégias escolhidas;
- execução das estratégias escolhidas;
- avaliação dos resultados;
- relatório crítico e análise final dos resultados conseguidos.

Conceito e significado
de população e amostra

O objetivo de toda a investigação científica é propor generalizações. Todavia, como normalmente não é possível analisarmos a população por inteiro, lançamos mão dos procedimentos de amostragem, cujas técnicas devem ter condições de representar adequadamente a população de onde se originou. Somente, a partir de uma amostra representativa de uma população é que se pode generalizar resultados.

Conceito
Por população ou universo percebemos o conjunto de objetos ou indivíduos que apresentam todos, pelo menos uma característica em comum. Por amostra, consideramos uma parte, porção ou parcela, convenientemente selecionada da população que permite representá-la de forma consistente ( GAYA, 200-).

População ou universo – é qualquer conjunto de informações que tenham, entre sí uma CARACTERÍSTICA COMUM. Exemplo: O conjunto de TODAS as estaturas de uma determinada comunidade constitui uma população de estaturas; o conjunto de TODOS os pesos constitui uma população de pesos; o conjunto de TODAS as cores de olhos constitui uma população de cores de olhos. Enquanto que a amostra, basicamente constitui uma redução da população a dimensões menores, sem perda das características essenciais (COSTA, 1998, p. 25-26).

Uma amostra, para ser BOA, tem de ser representativa, , ou seja, deve conter EM PROPORÇÃO tudo o que a população possui QUALITATIVA E QUANTITATIVA MENTE. E tem de ser IMPARCIAL, isto é, todos os elementos da população devem Ter IGUAL OPORTUNIDADE de fazer parte da amostra


9- Cronograma de execução

O cronograma é a fase de elaboração do projeto de pesquisa, em que ocorre a organização das tarefas a serem realizadas, com a previsão temporal destas, nas diferentes etapas da pesquisa. Bagno (2001, p.40) afirma: “Como o projeto é um todo coerente, as partes que o compõem estão interligadas e dependem umas das outras. Os prazos para o cumprimento de cada etapa da pesquisa vão depender das exigências de cada tarefa”.
O pesquisador ao organizar o seu cronograma de pesquisa deve primeiro elaborar tarefas condizentes com o projeto até então, principalmente com os objetivos e a metodologia planejada, pois no cronograma as tarefas devem conter objetividade e precisão de quando serão realizadas.
O professor-orientador da pesquisa verifica se o cronograma elaborado está sendo cumprido pelo aluno-orientando (pesquisador). Cada etapa planejada serve como um “fio condutor” para o próprio pesquisador na execução da sua pesquisa. Por exemplo: se uma dada tarefa não foi cumprida, naquele determinado tempo, por que aconteceu tal imprevisto? Quais foram os motivos? Quais as conseqüências da não realização do planejado? Com isso, tanto o orientador quanto o orientando avaliam a pesquisa e a forma como ela está se desenvolvendo.
Um ponto importante é a flexibilidade do cronograma. Assim como todo o projeto de pesquisa em geral, este pode ser reformulado para garantir a fidedignidade da práxis no ato de pesquisar. Se o não cumprimento de um prazo é motivo para uma avaliação do projeto em si, em sua seriedade, muitas vezes, a realidade da pesquisa coloca o pesquisador em situações, em que as tarefas planejadas devem ser novamente elaboradas, com novas previsões de tempo. Não se espante quando isso ocorrer, é um momento de reflexão, buscando a objetividade da pesquisa.
O cronograma vai tendo o seu formato de acordo com as necessidades executórias da pesquisa, podendo cada um construir um cronograma diferente.

[1] Material para fundamentação e explicitação de Projeto de Pesquisa, disponível em : http://www1.uea.edu.br/data/categoria/posgraduacao/download/361-8.doc%20.%20%3cAcesso%20em%2010/10/2007">http://www1.uea.edu.br/data/categoria/posgraduacao/download/361-8.doc . >. Objetivo disseminar a metodologia sobre a confeçção do Projeto visando a orientação de alunos.

Nenhum comentário: