domingo, 17 de fevereiro de 2008

ATITUDE ÉTICA: pensar faz bem!

Vilmar Alves Pereira[1]

No contexto atual, onde a lógica do “pensamento único” prepondera, penso que é interessante perceber que as possíveis saídas dessa aporia[2] não se encontram distantes de nós. Para isso basta tomarmos uma atitude ética: pensar.

Tenho observado que o nosso cotidiano nos reserva pouquíssimos minutos para essa atividade. Ao invés de pensar, agimos. Essa ação, na maioria das vezes é induzida. Isso ocorre até mesmo quando não nos damos conta, vejamos: seguidamente temos a sensação que nossa ação funciona como as placas: pare ande e consuma! Nesse sentido, somos envolvidos por aquilo que o filósofo Adorno chamou de fascínio provocado pela Indústria Cultural[3]. Em seu entender, a referida indústria cria até mesmo o nosso gosto.

Penso que tudo isso poderia ser diferente se ousássemos utilizar uma grande ferramenta que todos possuímos: o pensamento. É cada vez mais notável a ausência da reflexão nas condutas humanas. Penso que o ser humano não pode resumir-se somente nisso: um ser que age de acordo com aquilo que os outros almejam. Desse modo, é urgente e necessário que comecemos a pensar. Aliás, nos diz a filosofia que nós “somos do tamanho daquilo que pensamos”. Essa constatação nos sugere que podemos sim transcender essa “cultura” dos “Big Brothers” que preconiza em suas máximas apenas o estético ao invés do ético.

Se tomarmos essa atitude ética de pensar, perceberemos o quanto bem estaremos fazendo para nós mesmos, reservando assim, o direito de nos posicionarmos, de termos expectativas promissoras para o futuro e de vislumbrarmos além do horizonte, garantindo desse modo, um espaço privilegiado de autonomia.

O exercício da reflexão às vezes nos inquieta, mas também “higieniza” nossas mentes e nos desafia a sermos acima de tudo, humanos, a partir do reconhecimento que não estamos sozinhos e de que necessitamos do outro para atingirmos nossos objetivos.

Procure fazer o exercício de tirar alguns minutos para sua reflexão cotidiana e verás que pensar faz bem! Assim sua atitude é ética porque está embasada na “ética do cuidado de si”. Esta nova dimensão já estava presente na antiguidade, mas hoje está sendo resgatada por muitos pensadores que postulam a necessidade do cuidado. Cuide-se: utilize o pensamento para sua melhora e garantia de sua autonomia...
[1] Professor de Filosofia da Educação na Faculdade Anglo Americano de Caxias do Sul; Doutor em Filosofia da Educação pela UFRGS. E-mail: vilmar1972@bol.com.br.
[2] Termo utilizado pelo filósofo iluminista Immaneul Kant (1724-1804) no sentido de indicar uma espécie de “beco sem saída”.
[3] Termo Filosofia cunhado por Adorno referindo-se a maneira que os meios de comunicação interferem em nossa forma de vida manipulando e interferindo na produção de sentidos.

ATITUDE ÉTICA: é possível agir com fé e com a razão ao mesmo tempo?

Vilmar Alves Pereira[1]

O nosso assunto dessa semana sem dúvida alguma é bastante polêmico. Há pessoas que me dizem que é melhor nem tocarmos nele. Mas como somos seres que possuímos a capacidade de pensar, seria insano não utilizar dessa categoria para refletir sobre a temática. Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que esta questão fé e razão não é um debate atual. Os medievais já se ocupavam do assunto.

No entanto, por ser pertinente é comum que nos deparemos ainda hoje com esse tipo de questão. Com freqüência, quando alguém sofre um acidente fatal e na dor e desespero que abate toda a família é comum ouvirmos expressões como: ”foi Deus que quis assim! Ou era a hora dele! Ou, foi o seu destino.”

É comum que inconformada qualquer pessoa procure encontrar uma explicação para o ocorrido tentando amenizar a dor que está passando ou até mesmo entendê-la. Penso que é nesses casos que a fé aparece como um aporte com efeito anestésico. No entanto o que muitas vezes vemos é uma ausência profunda da razão. Se procurarmos estabelecer algumas questões pela esfera da razão, veremos que se aproximam mais de um cunho de veracidade e não transferimos para Deus ou para o destino a culpa da ocorrência. Utilizando da razão perguntamos: a que horas ocorreu o acidente? Em que local? Qual a velocidade que o veiculo trafegava? O motorista estava em boas condições? Havia descansado? Qual era a sua idade? Costumava ingerir bebida alcoólica? Era uma pessoa comedida no transito? A rodovia e as condições de trafegabilidade eram boas?

Em certas ocasiões quando fazemos esse tipo de questões, começam aparecer outras respostas mais autenticas e duras para os motivos do acidente. Apenas estou exemplificando para abrir esta polêmica inicial.

A razão e a fé permitem ao ser humano verdadeiros exercícios. Por um lado a fé vem para saciar aquelas dimensões que a razão não explica. A fé permite ao homem um salto na direção de um transcendente que lhe escapa. Portanto a fé permite o homem de crença segurança e saciedade das incógnitas que ele não consegue resolver. Eu admiro muito os homens de fé. Admiro o esforço que fazem em justificar a sua conduta em razões desconhecidas. Muitos estampam em sua face uma manifestação de um contentamento profundo pela opção fé que fizeram. São homens que não depositam na materialidade toda a sua confiança.

Mas como a razão pode contribuir com esses homens de fé? Um exemplo claro que temos em nossa região é a obra do saudoso Pe. Galiotto Deus não é Estúpido. Uma obra impregnada do sentido e do usa da razão que contribui para o esclarecimento da fé. Quando eu li esta obra tive a sensação que nela razão e fé se intercambiam, fazendo emergir uma fé esclarecida. Aqueles que a leram de forma preconceituosa não conseguiram identificar na obra distorções do catolicismo vigente. Respeitando essas posturas antagônicas identifiquei na obra uma espécie de fé racionada, pois permite que nos perguntemos em diversos momentos seria Deus estúpido, por exemplo, em ter criado o homem e afirmado: “Crescei e multiplicai” e logo após, condenar todo o ato de sexualidade como pecado. Num outro capítulo a posição que a mulher ocupa na igreja, nos permite identificar o quanto à mulher foi discriminada na tradição ocidental e como Maria teria sido a primeira grande sacerdotiza.

Não quero entrar aqui no mérito de questões teológicas, o que estou sugerindo é uma atitude ética ao amigo leitor: questione a sua fé! Utilize da razão para buscar entender se faz sentido o que você acredita. Aposto que em muitos casos você vai se sentir muito bem por que aumentou sua convicção e sua confiança em Deus; em outros vai identificar como as religiões com o desejo de nos indicar “o caminho certo “ acabam impondo concepções distorcidas da divindade impondo um modelo que quem crê não questiono. Lhe desejo boas reflexões e que você seja livre para acreditar em Deus a ou nos deuses a luz da razão. Quem sabe isto lhe fará muito bem. E como atitude ética lhe sugiro: experimente ou discorde de mim, me envie um e-mail, pois afinal você é um ser racional e livre e como dizia o filósofo Sartre seja livre para escolher pois “somos hoje o resultado das nossas escolhas!”.




















[1]Professor de na Faculdade Anglo Americano de Caxias do Sul; doutorando em Filosofia da Educação pela UFRGS. E-mail: vilmar1972@bol.com.br.

ATITUDE ÉTICA: enfrentando a idéia de normalidade

Vilmar Alves Pereira[1]

Hoje eu quero conversar contigo, caro leitor sobre a idéia de normalidade. É gozado como em algum tempo e lugar, algum ser privilegiado deve ter incutido em nós a idéia de que a maioria de nossas atitudes está em consonância com uma noção de normalidade que entendo ser problemática.

Se observarmos em nosso cotidiano, veremos que, vinculada a essa idéia de normalidade também está a ausência tanto da ética quanto da capacidade de reflexão. Assim por exemplo, para alguns é normal ao passar a catraca não cumprimentar o cobrador; para outros é normal não ceder o lugar no trânsito quando uma pessoa sinaliza pedindo para retornar a pista principal quando está com seu carro estacionado; já para outros é normal ao sentar num estabelecimento público ou num banco de ônibus não estabelecer qualquer tipo de diálogo, pois o outro é um estranho; para outros é normal o aumento de combustível por se tratar do Brasil; para outros, é normal atender as pessoas de acordo como elas se encontram vestidas; também já me disseram que é normal, alguém tratar as pessoas de acordo com o que elas parecem ser e não pelo que elas são; Para alguns é normal ficar resmungando quando ao adentrar em um estabelecimento bancário e ver um idoso receber tratamento prioritário; para outros é normal em sua compreensão o fato de que alguns nascem para mandar e outros para obedecer; Já para outros é normal que no carnaval que você pense que no carnaval tudo é permitido inclusive sair com mais de um parceiro.

Vocês já pararam para pensar que por detrás da normalidade existe a falta de educação e de respeito no caso do cobrador; falta de espírito solidário, no caso do motorista que deseja retornar a via principal; falta de capacidade de diálogo, no caso da pessoa que está sentada ao nosso lado; falta de condições mínimas de questionar, do aumento abusivo e gritante aos nossos olhos, no caso dos preços de combustíveis entre outros produtos; a falta de respeito pelas diferenças, no caso do tratamento de acordo com o que você está vestido e de quem você parece ser ou cargo que ocupa; falta de educação e respeito pelos nossos idosos pela preferência nos estabelecimentos públicos. Falta de coragem quando aceitamos de forma submissa essa premissa de alguns nascem para mandar e outros para obedecer. Falta de respeito pela dignidade humana com essa noção de permissividade em algumas festas como no carnaval.

Se “somos do tamanho daquilo que pensamos” como ponderei no artigo anterior, é mister, que adotemos uma atitude ética no sentido de questionar essas idéias de normalidade. É claro que emergirão algumas resistências e ouviremos expressões de que: “sempre foi assim e sempre será”. Eu me assusto com essa noção de permanência, num contexto onde tudo é efêmero. Podemos romper através de nossa postura e atitude este pensamento pequeno de que “tudo é normal”. As grandes invenções surgiram de pessoas que souberam romper com a normalidade. Experimente você mesmo, rompa sem agredir com modelos pré-estabelecidos.

Eu costumo fazer uma brincadeira com meus alunos quando adentram na Faculdade, e, ao invés de ser normal que todos sentem um atrás do outro, enxergando seu colega pelas costas, sugiro que sentemos em círculo. E são incontáveis os resultados dessa pequena ruptura: aumento de diálogo, maior transparência, melhor comunicação, manifestações mais espontâneas, participação mais ativa e melhor condições para um conflito de idéias sadio.

Por isso, mesmo que seja normal discordar de uma matéria lida e não se manifestar te desafio: me envie um e-mail dizendo com o que concorda e com o que discorda desse humilde texto: vamos tentar!
[1] Professor de na Faculdade Anglo Americano de Caxias do Sul; Doutor em Filosofia da Educação pela UFRGS. E-mail: vilmar1972@bol.com.br..

ATITUDE ÉTICA: como lidar com razão e emoção no trabalho

Vilmar Alves Pereira[1]

Hoje eu quero conversar contigo sobrre uma situação que nos afeta com muita freqüência: a questão de levar ou não sentimentos para o seu local de trabalho. Vou defender aqui a idéia de que a tradição ocidental nos dividiu desde Platão. A conseqüência dessa divisão foi uma compreensão de que o homem que utiliza a razão é o que age corretamente em detrimento do homem como ser de emoção.

Esse discurso adentrou no interior de nossa tradição e sempre priorizou o homem como um ser de razão como bem sucedido, mesmo que para isso fosse um tanto frio. Já no século XXI, temos então um modelo de trabalho baseado numa racionalidade, denominada Por Wagner Siqueira Pinto, de instrumental estratégica “ação orientada para o alcance de metas técnicas ou de finalidades ligadas a interesses econômicos ou de poder social, através da maximização dos recursos disponíveis. (SERVA, 1997b, p.22). Segundo esse modelo o funcionário deve desprender todo o seu esforço em cumprir uma função (daí a expressão funcionário). Essa função, na maioria das vezes preconiza resultados. Nessa racionalidade você é medido por aquilo que produz. Não interessa ao seu gerente ou chefe quem você é, que problemas você está enfrentando, de que você gosta, Quantos filhos você tem, quem você ama e o que você gostaria de fazer na empresa. O que importa é que você atinja sua meta. Esse modelo de gestão não permite que você externe qualquer tipo de emoção.

Mas como já estamos no século, o pensador Wagner Siqueira Pinto, com base no pensamento do filósofo alemão Habermas, propõe um modelo de gestão muito mais coerente com o ser humano. Ele denomina de racionalidade substantiva onde a ação é: “orientada para a auto-realização, na dimensão individual, compreendida como concretização de potencialidade e satisfação, e para o entendimento, na dimensão grupal, nas direções das responsabilidades e satisfação sociais (SERVA, 1997b,p.22). A racionalidade que fundamenta essa ação é substantiva/comunicativa”.

A dedução mais lógica e clara é que necessitamos sim dos resultados numa organização. No entanto, qual é custo que tenho para obter tais resultados. Muitas empresas já estão tendo: alto índice de stress no trabalho, falta de comunicação nas organizações, pressão demasiada por metas e funcionários doentes, defeitos na produtividade.

Penso que isso é muito pouco para o estágio de evolução que chegamos. A racionalidade comunicativa substantiva lhe sugere, caro leitor que a empresa quer saber quem você é e o que gosta de fazer e também deseja que você se realize naquilo que faz. Neste modelo de gestão existe espaço para a emoção sim. Neste caso, já há um bom tempo, algumas empresas com visão mais alargada desenvolvem estratégias por uma melhor qualidade de vida do colaborador.

Nessas estratégias, além de ginástica laboral, as pessoas são tratadas como seres humanos e não meras peças na busca de resultados a qualquer custo. Essas estratégias apontam sempre para uma convivência norteada pelo diálogo franco e pelo respeito às diferenças.

Sugiro a você que desenvolve alguma atividade ou que nesse momento se encontra coordenando algum grupo a seguinte reflexão: aquilo que estou fazendo, se baseia no modelo de uma racionalidade fria e calculista ou permite que além de um resultado existam pessoas que tem sentimentos, que necessitam de uma palavra de respeito e de consideração? Sou apenas mais um número nessa engrenagem? Será que podemos nos resumir somente nisso? De que adianta ganhar bastante dinheiro e ser detestado pelos meus colaboradores? Ou, como é prazeroso atingir resultados ao lado de pessoas realizadas que gostam daquilo que desenvolvem....Se já não começou, lembre-se sempre: a atitude ética só depende de você...


[1] Professor de Filosofia na Faculdade Anglo Americano de Caxias do Sul; Doutor em Filosofia da Educação pela UFRGS. E-mail: vilmar1972@bol.com.br..

ATITUDE ÉTICA: enfrentando os mitos na empresa

Vilmar Alves Pereira[1]

Hoje eu quero conversar com você caro leitor sobre os mitos. Você já dever estar pensando: “lá vem coisa da antiguidade!” O que quero defender aqui é que os mitos não fazem parte apenas da antiguidade, mas que estão presentes de forma muito explicita em nosso cotidiano. Nós é que não nos damos conta de suas influências? Ma s o que são os mitos?

Os mitos foram e são representações criadas em determinados tempos e lugares com o intuito de contar ou explicar alguma verdade mediante a algo não esclarecido. Suas características são: Surgem como verdades – não lógicas, mas intuídas; utilizam-se da fantasia e da imaginação; ao invés de explicar a realidade, pretendem acomodar e tranqüilizar o ser humano a ela; também apelam ao sobrenatural; ao transcendente e ao metafísico; Ex: “foi Deus que quis assim” ou “foi o destino” mediante a uma situação problema; pretendem explicar sempre a origem de algo.

Como já afirmei antes do homem utilizar a capacidade de pensar ele era apenas um ser de crenças. Nesse sentido, dependia dos mitos para explicar os fenômenos que ocorriam em seu cotidiano. Hoje em pleno século XXI os mitos ainda mantêm enorme capacidade de influências nas condutas humanas. Ou seja, ainda são identificadas verdades míticas que baseiam- se no uso da fantasia, da imaginação para acomodar e tranqüilizar as pessoas. Nesse momento, você já deve estar pensando e fazendo associações sobre quais desses mitos lhe afetam. Gostaria de citar apenas alguns nesse nosso curto espaço;

Mito da felicidade: “você é feliz à medida que consome”. Numa sociedade rica em matéria e pobre de espírito não é estranho à ampla divulgação dessa noção. As propagandas divulgadas na mídia aproximam cotidianamente a noção de consumo a noção de pessoa realizada e feliz. Será que felicidade é só isso ou por saber que todos os homens almejam a felicidade a lógica do consumo aproveita desse potencial para manipulá-lo miticamente?

Mito do poder: quem de vocês já não ouviu aquela poderosa frase: “por acaso você sabe com quem está falando?” São pessoas que carregam consigo uma visão mítica que o poder emana pela função que elas ocupam. O filósofo Nietzsche afirmava com muita veemência de que “o poder é uma característica de um fraco que percebendo em si esta fraqueza e sabendo que os outros também a possuem, utiliza do poder para se tornar forte diante dos outros”.

Mito da liderança: “alguns nascem para serem líderes outros não.” Essa noção é muito antiga. Ela já vem desde Aristóteles que afirmava que a natureza das pessoas era de acordo com sua casta social. Por isso muitos reproduziram o mito de algumas famílias ou classes nascem com esse potencial de liderança. E os outros, nunca vão conseguir ser lideres? Você não pode aprender a liderança? Não existem pesquisas e estratégias que lhe estimulam a ser líder?

Mito da qualidade total: lembro-me que as primeiras vezes que ouvi alguém discorrer sobre qualidade total era uma visão perfeita e mítica. Dava a impressão que jamais erraria. Hoje avaliando os excelentes progressos desse modelo de gestão, também é possível identificar alguns possíveis equívocos. Isto porque uma empresa é formada por pessoas e como as pessoas são suscetíveis a erros, logo os modelos também podem errar.

Mito do empreendendorismo: este é um dos mitos da empresa atual. Todos querem ser empreendedor. Quando vemos um gestor bem sucedido independente de ele ter ou não qualificação na sua área já o associamos com a idéia de uma pessoa empreendedora e bem sucedida.

“Mito de que o gerente não erra: inúmeras vezes já ouvi esta expressão: Gerente não erra no máximo se engana”.

O que me permite chamar a sua atenção em todos esses e outros milhares de mitos que interferem em nossa conduta diária, é o fato de que na maioria deles nos hipervalorizamos o ser humano, colocando-o numa condição similar a dos deuses dos mitos antigos. Tratamos o humano como ser sobrenatural. Nesse sentido, estamos fantasiando a realidade.

Proponho ao amigo leitor o exercício de que procure desmistificar à realidade. Então você verá que por trás dessas roupagens míticas que utilizamos se encontra um ser humano, às vezes fraco, carente de ajuda, que tem as mesmas necessidades fisiológicas de todos os mortais. Associe a ele um dose de humildade e verás que essa fantasia mítica não se sustenta. O que vale mesmo a pena é sermos autênticos, verdadeiros, podermos olhar no olho do outro e enfrentarmos a realidade com muito esforço e teremos conquistas que não serão míticas mas prazerosas carregadas de um sentido de luta. Pense nisso e pratique essa nova atitude ética.
[1]Professor de Filosofia na Faculdade Anglo Americano de Caxias do Sul ; Doutor em Filosofia da Educação pela UFRGS. E-mail: vilmar1972@bol.com.br.